sábado, 7 de junho de 2014

Planejamento Familiar




A ideia do planejamento familiar é por muitas vezes divergente, pois alguns vêem o planejamento familiar como uma afronta à natureza. Mas, se é importante que haja um prévio planejamento em todas as esferas de nossas vidas, porque não planejar a sua família?


Dentro de uma família o casal pode planejar sua vida sexual de tal modo que seus filhos sejam planejados e desejados, usando-se, assim, o uso responsável das ferramentas para esta prática. Existem diversos fatores que devem ser levados em consideração, como o aspecto emocional do lar, a saúde dos pais e aspectos financeiros. Estas e demais circunstâncias podem conduzir a um espaçamento dos filhos para possibilitar um cuidado mais adequado, adiando ou não a sua chegada, com vistas a uma melhor condição psicológica, econômica e educacional. Assim, para limitar ou não o tamanho da família e prover o suficiente aos filhos e a toda família.


O que diz a legislação brasileira


Assegurado pela Constituição Federal e também pela Lei n° 9.263, de 1996, o planejamento familiar é um conjunto de ações que auxiliam as pessoas que pretendem ter filhos e também quem prefere adiar o crescimento da família, assim, além de evitar a gravidez não planejada, as gestações de alto risco e a promoção de maior intervalo entre os partos, o planejamento familiar proporciona maior qualidade de vida ao casal, que tem somente o número de filhos que planeja.


No Brasil, a Política Nacional de Planejamento Familiar foi criada em 2007. Ela inclui oferta de métodos contraceptivos gratuitos e também a venda de anticoncepcionais a preços reduzidos na rede Farmácia Popular. E, além disso, amplia o acesso de mulheres e homens à informação e aos métodos contraceptivos, garantindo o exercício dos direitos reprodutivos no país. Toda esta estratégia é feita através de atividades educativas, aconselhamento e atividades clínicas.


Neste sentido, o Planejamento Familiar deve ser tratado dentro do contexto dos direitos reprodutivos, tendo, portanto, como principal objetivo garantir às mulheres e aos homens um direito básico de cidadania, previsto na Constituição Brasileira: o direito de ter ou não filhos. 


Toda mulher em idade fértil - de 10 a 49 anos de idade - tem acesso aos anticoncepcionais nas Unidades Básicas de Saúde, mas é preciso um aconselhamento e consulta prévia com profissionais de saúde. A escolha do método mais adequado deverá ser feita pela paciente, após entender os prós e contras de cada um dos métodos.


Métodos usados no planejamento


No caso do casal que pretende utilizar de métodos para evitar uma gravidez podemos citar:

Métodos comportamentais - abstinência e observação de mudanças no corpo da mulher: onde se incluem a tabelinha, observação do muco cervical e medição da temperatura corporal. 

Métodos de barreira: são métodos que colocam obstáculos mecânicos ou químicos à penetração dos espermatozóides no canal cervical. São eles os preservativos (condons ou camisinhas), masculinos e femininos; diafragma; e os espermaticidas químicos. 

É importante enfatizar que para a proteção a doenças sexualmente transmissíveis (DST) e Infecção pelo HIV, deve-se estimular a prática da dupla proteção, ou seja, a prevenção simultânea das doenças sexualmente transmissíveis, inclusive a infecção pelo HIV/AIDS, e da gravidez indesejada. Para isto devem-se usar preservativos masculino e/ou feminino ou na opção de utilizá-los em associação a outro método anticoncepcional da preferência do indivíduo ou casal.

Anticoncepção hormonal: esta pode ser oral (pílula), injetável e por implantes hormonais. 

Dispositivos intra-uterino – DIU. 

Esterilização: a esterilização é um método contraceptivo cirúrgico, definitivo, que pode ser realizado na mulher por meio da ligadura das trompas (laqueadura ou ligadura tubária) e no homem, através da ligadura dos canais deferentes (vasectomia). 

Essas são formas de controlar a fertilidade, sendo o primeiro passo para planejar o momento mais adequado para ter filhos. 

Graças a toda esta política, houve não só a diminuição no número de gravidezes indesejadas, principalmente na adolescência – 10 a 19 anos de idade - como também contribuiu com a queda nos índices de abortos inseguros e, consequentemente, a mortalidade materna.

Infertilidade

O planejamento familiar também auxilia as famílias que tem o desejo de ter filhos, mas que, porém, tem alguma dificuldade para sua realização. Estima-se que no Brasil mais de 278 mil casais em idade fértil tenham dificuldade para conceber um filho. Segundo o Ministério da Saúde, entre 8% e 15% dos casais têm algum problema de infertilidade. Esta deficiência é definida como a incapacidade de um casal alcançar a concepção após 12 meses de relações sexuais regulares sem uso de contracepção.

Para esses casais são oferecidos serviços normalmente em hospitais universitários e também em hospitais conveniados ao SUS. Este também é o momento mais adequado para aconselhamento, investigação e tratamento de doenças que possam interferir negativamente no processo de reprodução.

Contudo, não podemos esquecer que boa parte desses aconselhamentos em relação a filhos, sexualidade e planejamento deve-se começar em casa, com a família. O casal deve sempre ter um diálogo aberto entre si e com seus filhos, pois o ideal é que a responsabilidade do planejamento familiar seja compartilhada com todos os seus membros.


2 comentários:

  1. Acredito que em sua maioria, hoje todos temos acesso a informação, evitando assim que aconteçam algum tipo de gravides indesejada. Eu e meu marido desde que éramos namorados e depois noivos, planejamos conscientemente em que os primeiros anos do nosso casamento não teríamos filhos, bem o primeiro ano já passou rsrsrs e quando nosso bebê chegar vai ser muito amado e dentro de um lar estruturado que nós estamos construindo. :)

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    1. Concordo plenamente! O ideal é que a chegada de um filho seja esperada e planejada, pois é um momento delicado de muitas mudanças na vida de uma família. Mas é claro que muitas vezes acontece uma gravidez não programada, e independente da vontade do casal no momento, não deverá sofrer interferências humanas, como infelizmente evidenciamos em casos de aborto, maus tratos etc. Este tem de ser bem recebido e acolhido pela família.

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