domingo, 29 de junho de 2014

Gravidez e dificuldades gastrointestinais





Neste período uma série de modificações no nosso sistema digestivo deixa a grávida apreensiva. Náuseas, vômitos, mudanças no paladar e no ritmo intestinal. Vamos entender as principais mudanças e porque elas acontecem.

Náuseas e vômitos

Muito comum no início da gestação, costuma não causar problemas na saúde da gestante e do feto, porém existem casos em que o quadro de vômitos é tão intenso e a gestante começa a perder muito peso, em que é preciso procurar ajuda. Nesses casos talvez a gestante precise de internação para controlar o problema.

Em geral, uma mudança na alimentação, como fracionar as refeições (seis refeições leves ao dia); evitar frituras, gorduras e alimentos com cheiros fortes ou desagradáveis; evitar líquidos durante as refeições, dando preferência à ingestão nos intervalos e ingerir alimentos sólidos antes de levantar-se pela manhã ajudam a minimizar o problema. Também pode-se usar medicamentos prescritos pelo seu obstetra para casos de vômitos frequentes.

Azia

Também muito comum, acontece por um misto de mudanças hormonais, que causam um relaxamento da válvula que separa o estômago do esôfago, junto com mudanças na estrutura do corpo da grávida, em que o útero ocupa cada vez mais espaço, pressionando o estômago. Consequentemente acontece um refluxo, dando uma sensação incomoda de acidez na boca e queimação no peito e na garganta.

Para melhorar essa sensação as orientações são as mesmas para náuseas e vômitos, além da gestante evitar café, chá preto, mates, doces, alimentos gordurosos, picantes e irritantes do estômago, e principalmente álcool e fumo. Em casos que o obstetra orientar, pode ser usado também medicamentos antiácidos.

Aumento da salivação

Comum e incomodo no início da gravidez, aparece por mudanças hormonais sobre as glândulas salivares. Para diminuir, as dicas são as mesmas sobre alimentação para náuseas e vômitos, e as gestantes também devem deglutir a saliva e tomar líquidos em abundância, principalmente nas épocas de calor.

Cólicas, gases e prisão de ventre

A ação hormonal é de novo a responsável, pois ela atua na diminuição da movimentação intestinal, deixando a digestão mais lenta e favorecendo a formação de gases.

Primeiro deve-se atentar que o motivo do incomodo não é por contrações uterinas, por isso a importância de tirar todas as dúvidas com o profissional que faz seu acompanhamento. Descartada essa hipótese, fazer uma alimentação rica em fibras, com frutas com bagaço, verduras de preferência cruas e cereais integrais, aumentar a ingestão de água e evitar o excesso de alimentos que produzem muitos gases, como batata doce, ovos, repolho, cebola, brócolis, feijão, frituras e grãos, além de fazer caminhadas leves.

Hemorróidas

Acontecem frequentemente devido ao aumento do peso corporal, da pressão exercida na região pélvica e aumento da quantidade de sangue que circula pelo corpo da gestante. Assim, as veias da região do ânus se dilatam e ficam inchadas, formando as hemorróidas.

Para melhorar esta situação, deve-se fazer uma alimentação rica em fibras, a fim de evitar a prisão de ventre. Também não se deve usar papel higiênico e fazer higiene com água e sabão neutro após ir ao banheiro; aplicar compressas e fazer banhos de assento com água morna aliviam o incomodo. Se sentir dor ou sangramento anal persistente avisar para o seu obstetra.


Esses são os problemas que acontecem na gestação com maior frequência, mas o mais importante é sempre conversar com o profissional que faz seu pré-natal, tirando todas as dúvidas e evitando complicações.



domingo, 22 de junho de 2014

Gravidez, tristeza e depressão – o que fazer?





          Depois de um resultado positivo para gravidez, um misto de emoções toma conta da futura mamãe e da família inteira. Expectativas, alegria, medo, confusão, choro fácil... Mas tudo isso é normal, são muitos hormônios em ação que torna a vida da gestante uma “montanha russa”, com seus altos e baixos, felicidade e frustração muitas vezes. Mas afinal, como distinguir uma alteração de humor esperada de algo maior, como depressão na gestação?

          Segundo o Ministério da Saúde, a gravidez e o puerpério (período após o parto) são momentos de maior vulnerabilidade para quadros psiquiátricos, e que isto pode impactar de forma direta na gestação, como, por exemplo, com o aumento das taxas de abortamento, de prematuridade, de baixo peso ao nascer, de pré-eclâmpsias, de atraso no desenvolvimento do feto e depressão pós-parto materna. Também há possíveis implicações indiretas, como negligências nos cuidados pré e pós-natais.

         Algumas situações contribuem para o aparecimento de um estresse maior ou até levar a um quadro depressivo na gravidez, que são:

- Não aceitação da gravidez, muitas vezes fruto da falta de planejamento; 

- perda de um ente querido; 

- dificuldades escolares, de emprego e dificuldades financeiras; 

- conflito conjugal, ausência do companheiro e falta de apoio familiar ou do cônjuge. 

- gravidez de risco; 

- história prévia de abortos;

- idade materna precoce (adolescência); 

- grande número de filhos; 

- tendência a TPM (tensão pré-menstrual) mais intensa e;

- história familiar de depressão.

        É muito importante que a mulher que já tenha algum distúrbio psiquiátrico antes de engravidar planeje sua gestação, conversando com o profissional que faz seu acompanhamento sobre como manejar essa situação durante a gravidez.
         
          Existem diferenças entre o quadro de mudança de humor normal da gravidez, que se manifestam em geral com cansaço, mudanças do padrão de sono, apetite e libido. Já em um quadro depressivo a gestante já pode apresentar alterações de sono (insônia, alteração da qualidade de sono, sono não reparador ou sono constante), muita ou pouca fome, falta de energia, irritabilidade, diminuição da libido, lentidão de pensamento e física, ideias de culpa, delirantes e até suicidas.

        Muitas coisas podem ser feitas para amenizar este quadro, como:

- Praticar exercícios físicos, com orientação de um profissional da área;

- manter uma boa relação com o seu parceiro, dividindo os anseios do momento;

- se distrair com atividades que proporcionem prazer, como conversar com amigos e passear;

- não tentar dar conta de tudo sozinha, pois isso lhe deixará mais ansiosa. Procure ajuda para tarefas diárias e faça uma coisa de cada vez e;

- procure ajuda de profissionais, terapias podem ser benéficas para dar um melhor suporte nesta fase.

         O mais importante é saber quando se torna necessário procurar uma ajuda profissional. Não espere perder o controle de uma situação depressiva. Converse com seu obstetra que ele conduzirá o seu problema da melhor maneira possível, e nunca tome medicamentos por conta própria.




sexta-feira, 13 de junho de 2014

Sexualidade após os filhos






          Após o nascimento de uma criança é normal que as atenções do casal estejam voltadas para este novo membro da família e, assim, a vida privada e a parte afetiva e sexual do casal pode ficar em segundo plano, o que pode comprometer a longo prazo a harmonia da relação. Mas, o que se pode fazer para minimizar este problema? Vamos entender o que acontece.


         Em primeiro lugar, estes fenômenos já tem de serem trabalhados durante a gestação. São inúmeras mudanças físicas, orgânicas e emocionais. O ideal é que o casal esteja ciente destas transformações, como diminuição da libido, queixas das gestantes com enjoos, mudanças no corpo que modificam a dinâmica da relação sexual, entre outros fatores.


       Após o nascimento, no chamado puerpério, em que há transformações no corpo da mulher para restabelecer o organismo, o medo da dor na relação sexual e de engravidar novamente geralmente é o que mais aflige as mulheres. É recomendado que o retorno das relações sexuais seja 30 a 40 dias após o parto, pois a mulher necessita deste período de recuperação. O interior do útero estará se refazendo das mudanças ocasionadas pela gravidez. Além disso, nessa fase, a penetração além de dolorosa, aumenta o risco de a mulher desenvolver algum tipo de infecção no útero.


          Também outro fator que pode dificultar as relações sexuais e torná-las mais dolorosas é a diminuição da lubrificação vaginal. Modificações hormonais são responsáveis por este fato, e se a mulher estiver amamentando, esta circunstância pode prolongar-se até ao desmame. Assim, as puérperas podem usar um produto lubrificante para diminuir o incômodo e dor na relação sexual.


          Passado este período, continuam as mudanças e desafios. Baixa auto-estima tanto pelo pai que se sente rejeitado e pela mãe pelas mudanças no corpo, falta de tempo, falta de privacidade e o cansaço físico podem interferir na vida a dois. É importante que o casal reafirme o amor e cumplicidade neste momento, seja com elogios, criatividade, e valorização do tempo em que estão a sós. Arrumar a agenda para propiciar esse resgate da intimidade é sempre válido para a relação não cair na rotina. E lembre-se: vocês dois são à base da família, então se não houver harmonia do casal, dificilmente haverá uma relação saudável e prazerosa no dia a dia da família. 








sábado, 7 de junho de 2014

Planejamento Familiar




A ideia do planejamento familiar é por muitas vezes divergente, pois alguns vêem o planejamento familiar como uma afronta à natureza. Mas, se é importante que haja um prévio planejamento em todas as esferas de nossas vidas, porque não planejar a sua família?


Dentro de uma família o casal pode planejar sua vida sexual de tal modo que seus filhos sejam planejados e desejados, usando-se, assim, o uso responsável das ferramentas para esta prática. Existem diversos fatores que devem ser levados em consideração, como o aspecto emocional do lar, a saúde dos pais e aspectos financeiros. Estas e demais circunstâncias podem conduzir a um espaçamento dos filhos para possibilitar um cuidado mais adequado, adiando ou não a sua chegada, com vistas a uma melhor condição psicológica, econômica e educacional. Assim, para limitar ou não o tamanho da família e prover o suficiente aos filhos e a toda família.


O que diz a legislação brasileira


Assegurado pela Constituição Federal e também pela Lei n° 9.263, de 1996, o planejamento familiar é um conjunto de ações que auxiliam as pessoas que pretendem ter filhos e também quem prefere adiar o crescimento da família, assim, além de evitar a gravidez não planejada, as gestações de alto risco e a promoção de maior intervalo entre os partos, o planejamento familiar proporciona maior qualidade de vida ao casal, que tem somente o número de filhos que planeja.


No Brasil, a Política Nacional de Planejamento Familiar foi criada em 2007. Ela inclui oferta de métodos contraceptivos gratuitos e também a venda de anticoncepcionais a preços reduzidos na rede Farmácia Popular. E, além disso, amplia o acesso de mulheres e homens à informação e aos métodos contraceptivos, garantindo o exercício dos direitos reprodutivos no país. Toda esta estratégia é feita através de atividades educativas, aconselhamento e atividades clínicas.


Neste sentido, o Planejamento Familiar deve ser tratado dentro do contexto dos direitos reprodutivos, tendo, portanto, como principal objetivo garantir às mulheres e aos homens um direito básico de cidadania, previsto na Constituição Brasileira: o direito de ter ou não filhos. 


Toda mulher em idade fértil - de 10 a 49 anos de idade - tem acesso aos anticoncepcionais nas Unidades Básicas de Saúde, mas é preciso um aconselhamento e consulta prévia com profissionais de saúde. A escolha do método mais adequado deverá ser feita pela paciente, após entender os prós e contras de cada um dos métodos.


Métodos usados no planejamento


No caso do casal que pretende utilizar de métodos para evitar uma gravidez podemos citar:

Métodos comportamentais - abstinência e observação de mudanças no corpo da mulher: onde se incluem a tabelinha, observação do muco cervical e medição da temperatura corporal. 

Métodos de barreira: são métodos que colocam obstáculos mecânicos ou químicos à penetração dos espermatozóides no canal cervical. São eles os preservativos (condons ou camisinhas), masculinos e femininos; diafragma; e os espermaticidas químicos. 

É importante enfatizar que para a proteção a doenças sexualmente transmissíveis (DST) e Infecção pelo HIV, deve-se estimular a prática da dupla proteção, ou seja, a prevenção simultânea das doenças sexualmente transmissíveis, inclusive a infecção pelo HIV/AIDS, e da gravidez indesejada. Para isto devem-se usar preservativos masculino e/ou feminino ou na opção de utilizá-los em associação a outro método anticoncepcional da preferência do indivíduo ou casal.

Anticoncepção hormonal: esta pode ser oral (pílula), injetável e por implantes hormonais. 

Dispositivos intra-uterino – DIU. 

Esterilização: a esterilização é um método contraceptivo cirúrgico, definitivo, que pode ser realizado na mulher por meio da ligadura das trompas (laqueadura ou ligadura tubária) e no homem, através da ligadura dos canais deferentes (vasectomia). 

Essas são formas de controlar a fertilidade, sendo o primeiro passo para planejar o momento mais adequado para ter filhos. 

Graças a toda esta política, houve não só a diminuição no número de gravidezes indesejadas, principalmente na adolescência – 10 a 19 anos de idade - como também contribuiu com a queda nos índices de abortos inseguros e, consequentemente, a mortalidade materna.

Infertilidade

O planejamento familiar também auxilia as famílias que tem o desejo de ter filhos, mas que, porém, tem alguma dificuldade para sua realização. Estima-se que no Brasil mais de 278 mil casais em idade fértil tenham dificuldade para conceber um filho. Segundo o Ministério da Saúde, entre 8% e 15% dos casais têm algum problema de infertilidade. Esta deficiência é definida como a incapacidade de um casal alcançar a concepção após 12 meses de relações sexuais regulares sem uso de contracepção.

Para esses casais são oferecidos serviços normalmente em hospitais universitários e também em hospitais conveniados ao SUS. Este também é o momento mais adequado para aconselhamento, investigação e tratamento de doenças que possam interferir negativamente no processo de reprodução.

Contudo, não podemos esquecer que boa parte desses aconselhamentos em relação a filhos, sexualidade e planejamento deve-se começar em casa, com a família. O casal deve sempre ter um diálogo aberto entre si e com seus filhos, pois o ideal é que a responsabilidade do planejamento familiar seja compartilhada com todos os seus membros.


Amamentação – mitos e verdades


Muito se fala sobre amamentação. Mas, afinal, quais são as dúvidas e desafios dessa prática?

“Meu leite é fraco”: Não existe leite fraco. Toda mulher produz leite que satisfaz todas as necessidades do bebê nos primeiros seis meses de vida. Muitas mulheres se preocupam com o aspecto de seu leite. Acham que, por ser transparente em algumas ocasiões, o leite é fraco e não sustenta a criança. Por isso, é importante que as mulheres saibam que a cor do leite varia ao longo de uma mamada e também com a dieta da mãe.

“Dar de mamar faz os seios ficarem flácidos”: A gestação em si já pode causar mudanças na forma e posição das mamas. O uso permanente de sutiã adequado durante o período de gestação e amamentação ajuda a prevenir estas alterações.

“A mãe que trabalha fora não pode amamentar”: Ela pode amamentar seu filho quando estiver em casa, inclusive à noite. E também retirar o leite e armazenar de forma adequada para ser oferecido ao bebê enquanto estiver fora.

“Mamilos planos ou invertidos impedem a amamentação”: Existem manobras que “ajustam” o mamilo antes das mamadas, em que possibilita a mãe amamentar normalmente.

“Amamentar causa dor e fissuras nas mamas”: As fissuras na maioria das vezes são causadas por má-técnica da amamentação (posicionamento ou pega incorretas).

Muito desses problemas relatados pelas mães vem do reflexo da insegurança materna quanto a sua capacidade de nutrir plenamente o seu filho. Essa insegurança, ainda reforçada pelo choro do bebê acaba por se interpretados como sinais de fome. A ansiedade que tal situação gera na mãe e na família pode ser transmitida à criança, que responde com mais choro. A suplementação com outros leites e alimentos muitas vezes alivia a tensão materna e essa tranquilidade é repassada ao bebê, que passa a chorar menos, vindo a reforçar a ideia de que a criança estava passando fome...

Do nascimento até os seis meses de vida do bebê que mama no peito não há necessidade de oferecer nenhum outro alimento, líquido ou complemento, pois o leite materno tem tudo o que ele precisa. Mata a fome, a sede e possui todos os nutrientes que ele precisa para crescer e desenvolver.

Dentre os benefícios que a amamentação causa no bebê podemos citar: evita mortes infantis por infecções, evita diarreia, diminui o risco de alergias, diminui o risco de hipertensão, colesterol alto e diabetes, reduz a chance de obesidade, efeito positivo na inteligência (melhor desenvolvimento cognitivo), melhor desenvolvimento da cavidade bucal (alinhamento correto dos dentes e melhor oclusão dentária), diminui episódios de prisão de ventre, entre outros.

Já para a mãe, há a diminuição do sangramento pós-parto, proteção contra câncer de mama e de ovário, atua como contraceptivo natural até os seis meses de vida do bebê, se não houver sangramento (menstruação); ela perde mais rápido o peso que ganhou na gravidez, faz o útero voltar mais rápido ao tamanho normal, e ainda promove o vínculo afetivo entre mãe e filho.

Existem ainda alguns direitos da mulher que protegem a prática da amamentação, como: licença-maternidade, direito à garantia no emprego, direito à creche e as pausas para amamentar.

Diante de todas essas evidências, só temos uma coisa a dizer para você, mãe e mulher: Amamentar só faz bem!

Para maiores esclarecimentos, procure o profissional de saúde que faz seu acompanhamento.