segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Tenho uma anomalia uterina, o que fazer?



Bom, para entendermos melhor sobre o assunto, vou aqui explicar um pouco de como é o nosso útero.

Como ele é?



É um órgão do sistema reprodutor feminino, é oco e tem um formato de pêra invertida, em que a parte mais larga e superior chamamos de fundo de útero, que se conecta com as tubas uterinas na sua parte superior, e a parte inferior e mais estreita chamamos de colo uterino, que possui um pequeno orifício e se liga a vagina. Ele é formado por várias camadas, em que a parte de dentro é formada pelo endométrio que descama a cada ciclo menstrual, e essa é coberta pelo miométrio, que é a parte muscular. Além dessas temos mais duas camadas recobrindo o útero.

Quais são suas funções?

A sua principal função é receber o embrião, que irá se implantar no endométrio. Assim, o útero irá se preparar para manter as condições ideais para o desenvolvimento do feto até o nascimento. Também será essencial para a expulsão do feto, através de suas contrações.


Existem, porém, mulheres que tem o formato do útero diferente do explicado acima. Muitas vezes elas tem a alteração e não sabem. Vamos entender as principais anomalias uterinas.



Útero bicorno (útero com dois "chifres"): é o mais comum. Em vez de parecer uma pêra invertida, ele tem o formato de um coração, com uma separação no meio na parte de cima. O bebê fica com menos espaço para crescer do que no útero normal. 




Útero unicorno (útero com um "chifre"): O tecido que forma o útero não se desenvolve direito na mulher, e o órgão tem apenas metade do tamanho do normal. Além disso, só há uma tuba uterina, em vez de duas. Apesar disso, na maioria dos casos a mulher tem dois ovários.



Útero duplo ou didelfo: É quando o útero tem duas cavidades internas, sendo que cada uma delas pode levar a um colo do útero e a uma vagina. A mulher pode assim ter duas vaginas. 



Útero septado: a cavidade interna do útero é dividida por uma parede, chamada septo. O septo pode ir só até metade do caminho ou chegar até o colo do útero. 


Também ocorrem mudanças na posição do útero, que quando são pequenas não alteram a fertilidade e não causam nenhum incômodo. 

Entre as anomalias de posição, destacam-se a anteposição e a retroposição, quando o útero se encontra respectivamente mais à frente e mais atrás do que o normal.

Existem também as anomalias da inclinação do útero, em que as mais comuns são a anteversão e a retroversão, quando o eixo do útero se encontra deslocado para frente ou para trás em relação ao eixo da vagina.

Entre as anomalias da flexão do útero, as mais significativas são a anteflexão e a retroflexão, quando o corpo do útero se encontra curvado para frente e para trás, respectivamente, em relação ao colo uterino.



Quais são as causas dessas anomalias?

Pode ter origem congênita como também provocadas por rupturas no momento do parto, traumatismos e infecções.

O que posso ter como consequências?

Mulheres que apresentem alguma dessas anomalias em geral podem não ter sinais ou sintomas. Em outros casos podem apresentar dores em baixo ventre, nas costas, durante as relações sexuais e um maior desconforto no período menstrual. 

Posso ficar infértil?

Em geral a mulher não fica infértil, porém, dependendo da anomalia ela pode apresentar uma dificuldade maior para engravidar, pois há casos em que se há só uma trompa, e como outras em que há um espaço menor para o desenvolvimento do feto.

O importante é manter um acompanhamento ginecológico para se detectar essas alterações antes de uma gravidez. Existem intervenções que podem fazer a mulher ter mais facilidade para engravidar, como tratamentos hormonais, assim como intervenções cirúrgicas, que facilitarão não só a fertilidade como fará a mulher manter uma gestação sem problemas. E em muitos casos, não há necessidade de intervenção alguma, somente um acompanhamento cuidadoso durante o pré-natal.


Portanto, sempre que sentir algo diferente, alguma dor ou sangramento fora do normal, procure seu ginecologista para detectar o que há de errado e tratar da forma correta, evitando futuros transtornos a sua saúde sexual e reprodutiva.


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