Tratamento concluído com sucesso após 182 injeções de Clexane 40mg |
Ainda pouco divulgada, a trombofilia associada a gestação é uma importante causa de morbimortalidade materna e fetal.
Segundo o Ministério da Saúde, a trombofilia é definida como tendência à trombose. Classicamente, a trombofilia é dividida em adquirida, representada principalmente pela síndrome antifosfolípide (SAF), e hereditária. São indicações para investigação a ocorrência passada ou recente de qualquer evento trombótico, aborto recorrente, óbito fetal, pré-eclâmpsia, eclâmpsia, descolamento prematuro de placenta e restrição de crescimento fetal grave, além de história familiar. A gestação, muitas vezes, é a única oportunidade para a investigação destes fatores. A identificação dos mesmos e seu tratamento podem mudar drasticamente tanto o resultado da gestação e qualidade de vida da mulher em idades mais avançadas.
Trombofilia Adquirida ou Síndrome Antifosfolípide
A SAF caracteriza-se pela presença de um ou mais anticorpos antifosfolípides (anticorpo anticardiolipina, anticoagulante lúpico, antibeta2 glicoproteína I), positivos em dois exames, com intervalo mínimo de doze semanas entre eles, associados a pelo menos um dos seguintes critérios clínicos:
• um ou mais episódio de trombose venosa ou arterial.
• morbidade obstétrica:
- três abortamentos precoces inexplicados;
- óbito fetal com mais de dez semanas;
- parto prematuro antes de 34 semanas com pré-eclâmpsia, eclâmpsia ou insuficiência placentária.
- parto prematuro antes de 34 semanas com pré-eclâmpsia, eclâmpsia ou insuficiência placentária.
Trombofilia hereditária
Decorre da presença de mutações em fatores envolvidos com a coagulação, que levam à tendência de trombose. As manifestações clínicas são similares àquelas da trombofilia adquirida.
Os principais fatores de trombofilia hereditária são: de ciência das proteínas C, S e antitrombina, fator V de Leiden, mutação G20210A no gene da protrombina (fator II da coagulação) e mutação C677T no gene da enzima metileno tetrahidrofolato redutase (MTHFR).
Tratamento para SAF e trombofilia hereditária
Anticoagulação profilática
As gestantes com síndrome antifosfolípide ou trombofilia hereditária devem receber profilaxia, que deve ser iniciada, preferencialmente, na segunda fase do ciclo menstrual de possível concepção, e mantida caso a gestação aconteça. Se a gestação ocorrer na ausência da profilaxia, ela deve ser iniciada o mais precocemente possível.
Anticoagulação profilática
As gestantes com síndrome antifosfolípide ou trombofilia hereditária devem receber profilaxia, que deve ser iniciada, preferencialmente, na segunda fase do ciclo menstrual de possível concepção, e mantida caso a gestação aconteça. Se a gestação ocorrer na ausência da profilaxia, ela deve ser iniciada o mais precocemente possível.
As portadoras de mutação C677T-MTHFR podem ser abordadas pela suplementação de ácido fólico e vitamina B6 antes da gravidez.
A aspirina, utilizada de forma isolada, é reservada para as mulheres portadoras de anticorpo anticardiolipina, desde que haja antecedente clínico ou obstétrico. A dose preconizada é 80 a 100mg por dia via oral.
A aspirina, utilizada de forma isolada, é reservada para as mulheres portadoras de anticorpo anticardiolipina, desde que haja antecedente clínico ou obstétrico. A dose preconizada é 80 a 100mg por dia via oral.
Dificuldades de diagnóstico e tratamento
Tanto os exames para diagnosticar a trombofilia quanto o tratamento com as injeções de anticoagulante são de alto custo, o que provavelmente é a causa de não ser incluído na rotina de exames pré-natais, assim a maioria das mulheres descobrem a condição depois de consecutivas e dolorosas perdas fetais, muitas vezes tardias, já no final da gestação.
Quando se tem a certeza do problema, outro desafio é conseguir as injeções.
Para essas mulheres, o ideal é recorrer ao advogado de confiança ou defensoria pública de sua localidade para fornecimento gratuito, seja pelo SUS ou pelo plano de saúde conveniado.
Outra dificuldade é o manejo do tratamento, que é doloroso por ser em geral através de injeções subcutânea diárias de anticoagulante, o que causa muitas vezes dor e hematomas. Abaixo um vídeo mostrando como minimizar esses incômodos , assim como a demonstração da correta aplicação do medicamento ⬇
https://youtu.be/o9w7U5nJnQI
Por ser um problema não muito divulgado, muitos profissionais ainda tem conduta insegura diante dos casos, e diferem de opinião, deixando ainda mais angustiada a futura mamãe . É importante obter opiniões diversas de vários profissionais, em geral obstetras e hematologistas, para maior segurança e tranquilidade.
Por mais que seja cansativa toda rotina de exames e tratamento, tente vivenciar a gestação com trombofilia da melhor maneira possível, aproveitando cada momento e encorajando outras mães que estão passando pelo mesmo diagnóstico. Juntas podemos manter uma boa rede de apoio, compartilhando nossas experiências e mostrando que é possível realizar o sonho da maternidade.
Na foto: Meu filho Samuel, com 3 meses de vida. Trombofilia hereditária portadora de mutação C677T-MTHFR, homozigoze.
Outra dificuldade é o manejo do tratamento, que é doloroso por ser em geral através de injeções subcutânea diárias de anticoagulante, o que causa muitas vezes dor e hematomas. Abaixo um vídeo mostrando como minimizar esses incômodos , assim como a demonstração da correta aplicação do medicamento ⬇
https://youtu.be/o9w7U5nJnQI
Por ser um problema não muito divulgado, muitos profissionais ainda tem conduta insegura diante dos casos, e diferem de opinião, deixando ainda mais angustiada a futura mamãe . É importante obter opiniões diversas de vários profissionais, em geral obstetras e hematologistas, para maior segurança e tranquilidade.
Por mais que seja cansativa toda rotina de exames e tratamento, tente vivenciar a gestação com trombofilia da melhor maneira possível, aproveitando cada momento e encorajando outras mães que estão passando pelo mesmo diagnóstico. Juntas podemos manter uma boa rede de apoio, compartilhando nossas experiências e mostrando que é possível realizar o sonho da maternidade.
Na foto: Meu filho Samuel, com 3 meses de vida. Trombofilia hereditária portadora de mutação C677T-MTHFR, homozigoze.
Olá.. . amei sua história , tenho trombofilia tbm, entrei no judicial para pegar os remédios.
ResponderExcluiro meu caso é heterozigoto, dia 15 de fevereiro ja vou ter retorno se vou conseguiur conseguir as injecoes
Olá, obrigada!
ExcluirJá deu tudo certo 🙏
Muita saúde para vcs!😘