Quando um casal toma a decisão de se tornarem pais, seja pela primeira vez ou já tendo filhos, por vezes os planos de aumentar a família pode demorar mais que o esperado. O medo e a ansiedade tomam conta, atrapalhando ainda mais a concepção. Nestas horas muitas pessoas recorrem a várias técnicas e tratamentos alternativos.
O que é infertilidade?
Segundo o Ministério da Saúde, infertilidade é a dificuldade de um casal obter gravidez no período de um ano tendo relações sexuais frequentemente sem uso de nenhuma forma de anticoncepção.
As causas podem ser muitas, sendo as femininas mais comuns: Idade avançada da mulher; dificuldades na ovulação; disfunções hormonais; causas tubárias e do canal endocervical, geralmente provocada pela endometriose ou infecções pélvicas; e causas ambientais, como exposição a fatores de risco (raios X, radiações, medicamentos tóxicos);
Já como causas masculinas as mais comuns são: Fatores genéticos; fatores hormonais; infecções; varicocele (varizes no testículo); e outros fatores ambientais de exposição, como radioterapia, quimioterapia, doenças neurológicas, diabetes, traumas testiculares, drogas e doenças sexualmente transmissíveis.
O que é fitoterapia?
A fitoterapia é a prevenção e o tratamento de doenças mediante o uso de plantas (Ferreira, 1999). Phyton, em grego, quer dizer “planta” e therapeia significa “tratar, cuidar”. Segundo a portaria 971, de 03/05/2006, do Ministério da Saúde, a fitoterapia é uma terapêutica caracterizada pelo uso de plantas medicinais em suas diferentes formas farmacêuticas, sem a utilização de substâncias ativas isoladas, ainda que de origem vegetal.
O uso das ervas medicinais nos problemas de Infertilidade é muito antigo. Podemos encontrar na bíblia, a história de Rachel e Leah, em que Rachel tentava engravidar por muitos anos e estava cada dia mais desesperada por não conseguir. Ela se lamentava com o marido – “Dê-me um filho, do contrário eu morrerei!” (Gênesis 30:1). Até que usou mandrágoras e conseguiu engravidar.
O problema é quando o casal acaba recorrendo à terapia sem o auxílio profissional, através de conselhos, na internet, entre outros. Apesar dos riscos, casais usam esse tipo de medicamento sem indicação profissional, em diversas preparações, como as conhecidas "garrafadas", como são chamadas as misturas de plantas, preparadas muitas vezes de forma precária, sem condições de higiene e sem respaldo científico, podendo ser extremamente perigoso.
Os remédios naturais, como os fitoterápicos, devem ser tratados com o mesmo cuidado que qualquer remédio tradicional. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), fitoterápicos são “medicamentos obtidos empregando-se como princípio ativo exclusivamente derivados de drogas vegetais”. Portanto, quando usadas de modo indevido ou mal preparadas, essas substâncias podem trazer muitos prejuízos à saúde. Os medicamentos fitoterápicos precisam seguir todas as regras de produção, assim como qualquer outro medicamento, passando pelas fases de registro, de comprovação de resultados e provar que não há efeitos colaterais significativos.
Segundo a professora Fátima Nascimento*, Enfermeira Obstetra Fitoterapeuta – que mantém um canal no site YouTube de orientação às mulheres sobre saúde da mulher e materno-infantil – “é necessário que a mulher conheça o funcionamento do seu corpo e seu ciclo”, assim ela orienta em suas consultas, aliando o auto-conhecimento, avaliação geral e por fim a prescrição de fitoterápicos de acordo com a necessidade do casal.
Recomenda-se que casais, que pretendem fazer um tratamento natural para a fertilização, iniciem, antes de tomar a medicação recomendada, uma dieta alimentar saudável e melhorar o estilo de vida, como praticar atividades físicas sob supervisão profissional, para melhor funcionamento do organismo e impacto positivo da terapia.
Outro ponto fundamental é o casal investigar com o especialista a causa da infertilidade, realizar os exames necessários para se ter o diagnóstico do problema.
A Fitoterapia é uma ótima opção de tratamento complementar, mas deve ser receitada por profissionais que tenham experiência na sua utilização. O fato de serem produtos naturais não os isenta de causarem efeitos colaterais indesejados.