quinta-feira, 16 de junho de 2016

O sol como aliado no combate a deficiência de vitamina D





Muitas pessoas acabam por aproveitar do sol nas épocas de verão, em dias de praia, planejando suas férias... Mas será que podemos nos beneficiar do sol somente neste momento, como atividade de recreação?

Em nossa rotina corrida, quase não lembramos o quanto é importante nos expor ao sol para benefício de nossa saúde. Criamos mecanismos de adaptação a tudo, e deixamos de aproveitar o que cada estação do ano nos oferece. Não sentimos a diferença de dias mais longos ou mais curtos durante o ano, pois nós acendemos a luz. Se está frio, ligamos o aquecedor; e quando está quente, ligamos o ar condicionado. Assim, vivemos cada vez mais isolados do sol, em ambientes fechados, como no trabalho, dentro de automóveis, ônibus, metrôs e trens, e dentro de nossa casa.

Deixamos de ter atividades ao ar livre, seja em qualquer idade. As crianças de hoje permanecem grande parte do tempo dentro de creches, escolas, fixadas em aparelhos eletrônicos, como televisores, celulares e tablets. Adultos, por sua vez, cada vez mais sedentários, vivendo quase que em confinamento, entre escritórios, salas de aula, e novamente escravos dos aparelhos eletrônicos.

De certo que há um tempo as pessoas criaram um bloqueio quanto à exposição solar, com os mais diversos argumentos de que o sol poderia nos causar muitos problemas de saúde, dos mais graves como câncer de pele, até os de origem estética, como o envelhecimento precoce da pele. Nos tornamos dependentes de protetores solares em qualquer situação, hora e lugar. Mas será que todo esse cuidado é necessário?

Sim, precisamos nos proteger da exposição em excesso, dos horários de pico de radiação solar, mas precisamos nos expor mais e de forma segura.

O sol não é um vilão, e sim um dos maiores protetores da pele e de todo o organismo, através da vitamina D. E a vitamina D é fabricada na nossa pele a partir da penetração dos raios ultravioleta B do sol.

Os raios ultravioleta B, que se transformam em vitamina D, são bloqueados de penetrar na pele pelos protetores e bloqueadores solares. 

Problema de saúde pública

A hipovitaminose D é altamente prevalente e constitui um problema de saúde pública em todo o mundo. Estudos mostram uma elevada prevalência dessa doença em várias regiões geográficas, incluindo o Brasil.

A importância da vitamina D

Responsável por metabolizar o cálcio e o fósforo no nosso organismo, a vitamina D é essencial para a saúde dos ossos. De acordo com o Ministério da Saúde, 80% da necessidade diária pode ser adquirida pela exposição diária ao sol. Mas alimentos como leite integral, fígado e peixes de águas profundas como salmão e atum, também são fontes de vitamina D.

A vitamina D é importante para o bom funcionamento do nosso organismo, para a regulação do sistema imunológico, que é nosso sistema de defesa, e ela faz parte de todo um processo de tratamento e prevenção, inclusive, de doenças autoimunes, como artrite reumatoide e a esclerose múltipla.

Pesquisas científicas indicam que a deficiência de vitamina D possui influência na causa de diversos tipos de câncer, além de doenças cardíacas, derrame, diabetes, pressão alta, depressão e dor crônica. 

Isso não significa que a única causa dessas doenças seja a deficiência da Vitamina D, mas que as múltiplas influências da Vitamina D na saúde não podem ser ignoradas.

Você já mediu seus níveis de vitamina D?

Se você acha que se enquadra numa população de risco, que tem pouca exposição solar, está na menopausa e pré-menopausa, ou se está na dúvida se pode ter hipovitaminose D, solicite ao seu médico que lhe peça o exame de dosagem de vitamina D no sangue.

Qual a melhor forma de absorver vitamina D?

O Sol, com seus raios ultravioleta B, é nossa melhor e mais segura fonte de vitamina D. Especialmente no Brasil, onde ele brilha na maior parte do ano. Aqui não possuímos fontes abundantes de alimentos que possuem de vitamina D. 

Posso tomar suplementos de vitamina D por conta própria?

A reposição de vitamina D a partir de suplementos em forma de comprimidos ou cápsulas deve ser feito apenas em casos excepcionais, por prescrição de um médico, pois o excesso de vitamina D pode ser altamente prejudicial à saúde. 

O que é recomendável?

Para garantir a ingestão diária de vitamina D, o Ministério da Saúde recomenda, além de consumir alimentos como leite, fígado e peixe, garantir a exposição solar de quinze a vinte minutos pelo menos três vezes por semana, sem protetor solar, até às dez da manhã ou após as quatro da tarde. 

Em relação aos bebês, o leite materno é pobre em vitamina D, e a pele do bebê é delicada. Não o deixe confinado dentro de casa, exponha-o ao sol nos horários apropriados – até dez da manhã ou depois de quatro da tarde – e por pouco tempo, média de cinco minutos, com o corpo todo exposto diretamente ao sol, protegendo apenas rosto e olhos com chapéu, por exemplo.

A complementação das necessidades diárias, assim como o tratamento da deficiência, deve ser realizada para indivíduos com risco para hipovitaminose D e naqueles com contraindicação clínica para exposição solar, como no câncer de pele, transplantados ou no lúpus.